quarta-feira, 2 de junho de 2010

PORQUE EVANGELIZAR...

É através da evangelização que o Espiritismo desenvolve seu mais valioso programa de assistência educativa ao homem. A escola de letras continua a informar e instruir a fim de que a Ciência se fortaleça no seio das coletividades. Entretanto, é a educação religiosa que vem estimulando a moral ilibada de modo a libertar a criatura humana para os altiplanos do amor, de consciência despertada e vigilante junto aos Imperativos da vida.
Aliando sabedoria e amor alcançaremos equilíbrio em nossa faina educativa. Eduque-se o homem e teremos uma Terra verdadeiramente transformada e feliz!
Contemplamos, assim, com otimismo e júbilo, o Movimento Espírita espraiando-se, cada vez mais, nos desideratos da evangelização, procurando, com grande empenho, alcançar o coração humano em meio ao torvelinho da desenfreada corrida do século... Tão significativa semeadura na direção do porvir!
Mestres e educadores, preceptores e pais colaboram, ao lado uns dos outros, em meio às esperanças do Cristo, dinamizando esforços em favor de crianças e jovens, na mais nobre intenção de aproximá-los do Mestre e Senhor Jesus.
Urge que assim seja, porque o tempo mais propício à absorção das novas idéias, que mais favorece a tarefa educativa do homem é o seu período de infância e juventude.
Sem dúvida que a maturidade exibe a valiosa soma das experiências adquiridas, embora tantas vezes amargue o dissabor das incrustações perniciosas absorvidas ao longo do caminho. . . Eis, pois, o Amor convocando servidores do Evangelho para a obra educativa da Humanidade! Abençoados os lidadores da orientação espírita, entregando-se afanosos e de boa vontade ao plantio da boa semente!
Mas para um desempenho mais gratificante:

Que procurem estudar e estudar, forjando sempre luzes às próprias convicções.
Que se armem de coragem e decisão, paciência e otimismo, esperança e fé, de modo a se auxiliarem reciprocamente, na salutar troca de experiências, engajando-se com entusiasmo crescente nas leiras de Jesus.
Que jamais se descuidem do aprimoramento pedagógico, ampliando, sempre que possível, suas aptidões didáticas para que não se estiolem sementes promissoras ante o solo propício, pela inadequação de métodos e técnicas de ensino, pela insipiência de conteúdos, pela ineficácia de um planejamento inoportuno e inadequado. Todo trabalho rende mais em mãos realmente habilitadas.
Que não estacionem nas experiências alcançadas, mas que aspirem sempre a mais, buscando livros, renovando pesquisas, permutando idéias, ativando-se em treinamentos, mobilizando cursos, promovendo encontros, realizando seminários, nesta dinâmica admirável quão permanente dos que se dedicam aos abençoados impositivos de instruir e de educar.
É bom que se diga que o evangelizador consciente de si mesmo jamais se julga pronto, acabado, sem mais que aprender, refazer, conhecer... Ao contrário, avança com o tempo, vê sempre degraus acima a serem galgados, na infinita escala da experiência e do conhecimento. Entretanto não menos importante é a conscientização dos pais espíritas diante da evangelização de seus filhos, como prestimoso auxiliar na missão educativa da família.
Que experimentem vivenciar, quando necessário, a condição de evangelizadores, tanto quanto se recomenda aos evangelizadores se posicionarem sempre naquela condição de pais bondosos e pacientes junto à gleba de suas realizações.
Que os pais enviem seus filhos às escolas de evangelização, disciplinando-os na assiduidade tão necessária, interessando-se pelo aprendizado evangélico da prole, indagando, dialogando, motivando, acompanhando...
Por outro lado não podemos desconsiderar a importância do acolhimento e do interesse, do estímulo e do entusiasmo que devem nortear os núcleos espiritistas diante da evangelização.
Que dirigentes e diretores, colaboradores diretos e indiretos, prestigiem sempre mais o atendimento a crianças e jovens nos agrupamentos espíritas, seja adequando-lhes a ambiência para tal mister, adaptando ou, ainda, improvisando meios, de tal sorte que a evangelização se efetue, se desenvolva, cresça, ilumine... É imperioso se reconheça na evangelização das almas tarefa da mais alta expressão na atualidade da Doutrina Espírita. Bem acima das nobilitantes realizações da assistência social, sua ação preventiva evitará derrocadas no erro, novos desastres morais, responsáveis por maiores provações e sofrimentos adiante, nos panoramas de dor e lágrima que compungem a sociedade, perseguindo os emolumentos da assistência ou do serviço social, públicos e privados.
Evangelizemos por amor! Auxiliemos a todos, favorecendo, sobretudo a criança e ao jovem um melhor posicionamento diante da vida, em face da reencarnação. Somente assim plasmaremos desde agora os alicerces de uma nova Humanidade para o mundo por vindouro.
É de suma importância amparar as almas através da evangelização, colaborando de forma decisiva junto à economia da vida para quantos deambulam pelas estradas existenciais.
E não tenhamos dúvidas de que a criança e o jovem evangelizados agora serão, indubitavelmente, aqueles cidadãos do mundo, conscientes e alertados, conduzidos para construir, por seus esforços próprios, os verdadeiros caminhos da felicidade na Terra.

Guillon Ribeiro
(Página recebida em 1963, durante o 1.° Curso de Preparação de Evangelizadores - CIPE, realizado pela Federação Espírita do Estado do Espírito Santo, pelo médium Júlio Cezar Grandi Ribeiro – Separata do Reformador – FEB – 1986.)


QUAIS SÃO OS PRÉ-REQUISITOS PARA EVANGELIZAR?

Além de estar freqüentando o Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita e ter disponibilidade de horário e responsabilidade para a atividade proposta, cabe salientar as características do evangelizador, segundo Helena Bertoldo da Silva, Coordenadora do Setor de Infância do DIJ/FERGS.

Amor - o amor, sendo o sentimento por excelência, é condição primeira para a tarefa de evangelizar;
Conhecimento doutrinário - o evangelizador vai ensinar (facilitar) o conhecimento espírita, portanto, ele tem que conhecer os postulados doutrinários, para tanto, além do esforço individual, na busca desse conhecimento, deve freqüentar o Grupo de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita (ESDE) em uma Casa Espírita;
Exemplificação - o evangelizador deve vivenciar ou, pelo menos, lutar para vivenciar os ensinos de Cristo, porque o exemplo ainda é o melhor argumento e para que o ato de evangelizar não se vulgarize no "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço", é importante que o evangelizador seja para a criança e o jovem modelo de vivência daquilo que ele ensina;
Consciência da tarefa - é importante que o evangelizador esteja convencido de que a Evangelização é um meio de educação da geração futura, e que o ato de evangelizar exige que ele se qualifique cada vez mais;
Entusiasmo - é fundamental que o evangelizador esteja totalmente envolvido no processo da Evangelização, cativado por esse processo ele terá que "transbordar" entusiasmo, no falar, no agir, no olhar, no vivenciar, etc.;
Ser flexível, receptivo - o evangelizador, em nenhum momento, deve ter a pretensão de que tudo sabe, que faz o melhor e que já está "pronto", mas deve estar aberto, receptivo a novos conhecimentos, aceitar a avaliação do seu trabalho, ser flexível às mudanças, quando se fizerem necessárias. É imprescindível que o evangelizador busque continuadamente aprimorar-se;
Conhecer o Currículo - sendo o Currículo para as Escolas Espíritas de Evangelização Infanto-Juvenil, rumo norteador da Evangelização Espírita, o evangelizador deverá conhecê-lo e saber a função do mesmo e da sua inserção no Movimento Espírita;


Saber escolher metodologias adequadas - é importante que o evangelizador conheça as metodologias que possibilitem ao evangelizando a elaboração e a construção do seu conhecimento; noções de didáticas, técnicas de ensino, psicologia, literatura, música, teatro auxiliam no desempenho da tarefa;
Saber avaliar - a avaliação é primordial em todo e qualquer processo e não poderia ser diferente na Evangelização. O evangelizador deve avaliar, sempre, a si mesmo e ao evangelizando, fazendo o feedback, retomando (se necessário) por novos caminhos, para alcançar os objetivos propostos no seu planejamento;
Auto-aprimoramento - o evangelizador não deve descuidar da sua transformação moral, buscando conhecer-se através de auto-avaliação e, dentro da orientação cristã, detectar suas tendências viciosas e lutar para transformá-las em virtudes.

"(...) Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para domar as suas más inclinações (...)."

O Evangelho segundo o Espiritismo - Capítulo XVII, Sede Perfeitos - Item 04

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