quinta-feira, 7 de junho de 2018

CULTO NO LAR


PAZ NESTA CASA

            Ao cair a noite, na pequena Vila dos Remédios, o céu, carregado de nuvens escuras, anunciava a grande tempestade que já vinha.
            Os moradores se achavam apavorados, pois na noite anterior houve uma grande festa, onde foram usadas muitas velas, e eles estavam sem o seu estoque comum.
            Logo, diante da tempestade, relâmpagos, trovões e ventania, as luzes dos casebres de toda a vila se apagaram e a escuridão de tudo se apossou.
            As crianças chorosas gritavam; os pais, em vão, tentavam achar uma vela que não fora utilizada na festa. Pai esbarrava no filho por não enxergá-lo, filho desesperado por se sentir desamparado diante do breu. Mãe nervosa, preocupada com a filha caçula que, por medo, não parava de chorar.
            A família de seu Joaquim, então, tomou uma decisão: saíram para a rua, buscando encontrar na vizinhança um lar que tivesse um tantinho de luz.
            Andaram, e por cada casa que passavam, mesmo antes de chegar, ouviam de longe o barulho da confusão: gritos, choros, coisas que se quebravam diante de algum esbarrão... Seu Joaquim e família continuavam a caminhar diante da ventania e da chuva forte que não parava. Buscavam sem cessar...
            Eis que, de repente, ao se aproximarem da casa de D. Luzia, que se localizava no alto do morro, observaram, felizes, que o silêncio reinava. Não ouviram gritos, lamentos, desequilíbrio. E o Seu Joaquim então, aliviado concluiu:
            - Graças a Deus! Na casa de seu Clarêncio certamente tem um gerador, apressemos o passo, vamos pra lá.
            E Dona Ana, sua esposa, acrescentou:
            - É verdade, eu até ouvi dizer que Luzia tem um parente que trabalha na central elétrica, vai ver que é por isso que lá não falta luz.
            E assim, a família de seu Joaquim se aproximou do lar de Clarêncio.
            Porém, ao se aproximarem, com surpresa, perceberam que lá também havia falta de energia elétrica. E então não entenderam o silêncio que ali existia. Preocupados, bateram na porta, já imaginando que uma tragédia havia acontecido com a família de Luzia.
            Logo, a porta se abriu e estranhamente, a pequena Clara surgiu. A criança não parecia temer o escuro e reconhecendo de imediato a família de Seu Joaquim, com um tom leve, sugerindo que sorria, convidou os visitantes a entrarem.
            A família, preocupada, e sem nada entender, foi logo entrando e perguntando:
            - Que acontece nesta casa, que ninguém se apavora com a tempestade e com a escuridão? Não vejo vela ou lampião.
            Sr. Clarêncio, dando as boas vindas, convidou os vizinhos a se acomodarem, explicando:
            - Estamos reunidos em família, em oração. Sempre fazemos isso, assim mantemos o equilíbrio e a razão, e dessa forma, não tememos as tormentas, nem a escuridão, pois buscamos a Luz Divina que emana do coração.
            - Sente-se aqui conosco, meu irmão!
            Clarinha, rapidamente, pega as mãos das três crianças recém-chegadas, anunciando feliz:
            - Venham! Hoje papai vai contar uma linda história do jovem samaritano, e se vocês ficarem calmas, daqui a pouco, seus olhos se acostumam com o escuro, e já vão conseguir enxergar bem, como eu estou vendo agora.
            E as crianças, então pouco a pouco, foram se acalmando, e esperando ansiosas a linda história prometida, preparando-se para o Culto no Lar.
            Após este dia, todos da redondeza que se aproximavam da casa de Clarêncio, repetiam:
            - Naquela casa há Luz!
            Quantas famílias temos observado, vivendo em profunda escuridão, sem diálogo, sem compreensão, sem afeto, sem atenção, solidão.

“CULTO NO LAR”
Com mais ênfase vamos propagar, pois ele é eficaz gerador trazendo luz, equilíbrio e amor.
Todos reclamam da violência, drogas, roubos, ódio, matança.
A solução se acha na família, pois o futuro é a nossa criança.
Não adianta insistir em segurança, ou construir segura, enorme prisão, se não damos amor à criança se não impomos limites, disciplina, educação.

“Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa.”
(Jesus – Mateus 5:15)
AOS PAIS
            O culto no lar é necessidade imperiosa, pois “o berço doméstico é a primeira escola e o primeiro templo da alma. A casa do homem é a legitima exportadora de caracteres para a vida comum. Como esperar uma comunidade segura e tranqüila sem que o lar se aperfeiçoe?”
(Néio Lúcio / Luz no Lar)

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