Existem certas características que favorecem o evangelizador para que ele possa servir de intermediário entre o conhecimento inato do evangelizando e o conhecimento adquirido de maneira sistemática na Doutrina Espírita. Por isso, é importante ter a consciência que, em Espiritismo, a ciência indaga, a filosofia conclui e o evangelho ilumina.
1- Conheça os conteúdos
doutrinários:
A melhor maneira de se conhecer a
Doutrina Espírita é através da participação nos Grupos de Estudo Sistematizado.
Infelizmente, nem todas as casas proporcionam ao evangelizador, e aos demais
trabalhadores, a participação em Grupos de Estudo, às vezes por falta de
trabalhadores para dirigir estes grupos, por falta de espaço físico e até mesmo
porque a Direção da Casa não acha necessário Grupos de Estudo. Porém, o
evangelizador tem que ter em mente que, para que ele possa evangelizar, tem de
evangelizar a si mesmo e estudar as obras básicas da Doutrina Espírita. E nos Grupos de Estudo existe uma troca de
informações, esclarecimento de dúvidas e de entendimentos equivocados que ocorrem
quando se estuda sozinho.
Sempre
que possível o evangelizador deve participar de Cursos de Preparação e Aperfeiçoamento
de Evangelizadores. Se achar (equivocadamente) que não tem nada a aprender, com
certeza tem muito a oferecer, pois sempre há troca de experiências. Sempre se pode
oferecer uma palavra de incentivo, de ânimo e contar experiências para os
evangelizadores que estão iniciando na tarefa.
Também são importantes as leituras
edificantes, as palestras públicas e as leituras complementares.
2- Seja um referencial de
comportamento ético, à luz dos ensinamentos de Jesus
O evangelizador deve ter atitudes
éticas e morais não só no Centro Espírita, mas na sociedade, na família, no
trabalho, no trato com os amigos. É
verdade que ninguém é perfeito, mas reconhece-se
o verdadeiro espírita pela sua transformação moral.
Se perceber que está errado em
alguma atitude ou que pode melhorar, por que não tentar se melhorar? Não vai
ser de um dia para o outro, mas com certeza se fizer um pouquinho de esforço
conseguirá iniciar a reforma íntima.
Exercitar a paciência e o amor,
todos os dias. Por exemplo: sempre há crianças e jovens que vão se diferenciar
dos outros, seja por um comportamento mais agressivo, mais rebelde, que queiram
chamar mais a atenção sobre si. Porém, o que essa criança ou esse jovem precisa
é um pouco mais de carinho, de amor, de paciência e não de rótulos que vão
evidenciar ainda mais as suas atitudes.
“O
espírita não é melhor do que ninguém, mas tem a obrigação de ser melhor do que
é”. Emmanuel
3- Esteja convencido de que
a Evangelização Espírita irá contribuir para a transformação moral da
humanidade
Será que todos evangelizadores realmente
acreditam nisso? Não é, porém, uma melhora instantânea, é gradativa. São
sementes que se plantam e que vão frutificar um dia, nesta encarnação ou nas
próximas. Evangelizar é uma oportunidade de trabalhar acreditando nisso,
esforçando-se para ser um excelente evangelizador. Não há dinheiro que pague a
certeza de estar colaborando para um mundo melhor ou que pague o valor de um
sorriso, de um beijo de agradecimento.
4- Tenha entusiasmo pela
tarefa
Devemos parar e pensar: por que evangelizamos?
Não deve ser porque alguém quer, pelo título de evangelizador, pela pressão do
grupo, dos amigos ou da família. Ninguém faz um favor para o Grupo Espírita
quando evangeliza. É uma oportunidade de construir um mundo melhor e se
melhorar espiritualmente, pois quem ensina é o primeiro que aprende.
É essencial ter a certeza de que
estamos colaborando na divulgação da Doutrina que acreditamos e preparando um
futuro melhor para a humanidade. E ter amor pela tarefa. Fazer o que pode,
qualquer um faz. Fazer o seu melhor é o que deve ser feito, afinal, afinal, cada
evangelizador é um Trabalhador de Jesus.
5- Seja flexível e
receptivo à aquisição de novos conhecimentos
Querer saber sempre mais! Afinal, cada
um tem muito a aprender sobre diversos assuntos.
É importante conhecer e entender as
mudanças que estão ocorrendo na sociedade, os fatos do mundo (ler ou assistir
um jornal).
Saber o que as crianças de hoje
gostam, que programas assistem, que brincadeiras as divertem (mudou muita coisa
nos últimos cinco, dez, vinte anos).
A aquisição de novos conhecimentos
gerais e doutrinários visa à melhora como indivíduos, como seres humanos, como
espíritos em evolução. Mas
é importante aprender e colocar em prática, porque aprendizado sem aplicação é
apenas memorização de conteúdos.
6- Tenha uma visão
integrada do Currículo de Evangelização e de sua inserção no Movimento Espírita
Conhecimento geral do conteúdo a ser
desenvolvido, para melhor dividir os assuntos durante o ano, e falar de cada
assunto sem desvios doutrinários, sempre de acordo com O Livro dos Espíritos.
Dar exemplos e explicar os assuntos
na linguagem da criança, de acordo com o ciclo e a idade para facilitar o
aprendizado.
Boa vontade não é suficiente para
ser evangelizador. É preciso conhecimento doutrinário. São proibidos os
achismos (eu acho que...), a regra é o estudo e a qualificação dos
trabalhadores.
Às perguntas difíceis das crianças,
que não souber responder, não ter vergonha de dizer: não sei. Mas pesquisar e
trazer a resposta na próxima aula.
É
importante o estudo prévio e a preparação das aulas, bem como o conhecimento do
conteúdo da aula (a criança sente quando a aula é no improviso, sem preparo
prévio).
Os responsáveis pelos Centros, Grupos,
Casas ou Núcleos espiritistas devem mobilizar maior empenho e incentivo,
enviando esforços para que a evangelização de crianças e jovens faça evidenciar
os valores da fé e da moral nas gerações novas.
É necessário que vejam com simpatia e apreço a tarefa dos
evangelizadores, sobretudo como um trabalho integrado nos objetivos da
instituição e jamais como atividade à parte.
7- Saiba escolher
metodologias que possibilitem ao evangelizando construir, elaborar e expressar
seu conhecimento
O evangelizador não pode fazer das
aulas um monólogo. Levar a criança a concluir por si mesma o que é certo ou
errado, o que é lógico. Sempre procurando colocar os temas abordados na
linguagem e no mundo que a criança vive.
Os evangelizadores têm certa
dificuldade para falar sobre datas como Natal, semana santa, Páscoa, que com o
passar do tempo se tornaram comércio, troca de bens materiais. Por exemplo, na
época da Páscoa: a criança passa em torno de uma semana pintando ovos, cesta de
coelho e na Evangelização tem-se em torno de uma hora para explicar o que a Doutrina
Espírita esclarece acerca do significado da Páscoa: Páscoa significa passagem. Era um a festa que o povo hebreu fazia para
comemorar a passagem pelo mar vermelho guiado por Moisés para longe da
escravidão. Depois que Jesus esteve na terra, os cristãos lembram durante a
Páscoa que Jesus, depois da morte do seu corpo físico, reapareceu, em espírito,
aos apóstolos e amigos. Ele mostrou que as pessoas são formadas de corpo físico
e espírito e que a vida continua, em espírito, em outra dimensão. Pode-se fazer
uma atividade que faça desabrochar os sentimentos, como por exemplo um cartão
com sentimentos positivos. É importante que a criança não saia frustrada da
aula porque não ganhou ovos de chocolate.
A criança precisa de motivação para
aprender, e gosta de novidades. Por isso, o evangelizador deve ser criativo,
evitando repetir as técnicas, mesmo que elas gostem. A criança tem boa memória
e cobra novidades.
Se convidar alguém para falar sobre
determinado assunto, o evangelizador deve se envolver com a aula (exemplo:
alguém par contar a história de Moisés – pode vir vestido de Moisés e contar
como se fosse a história de sua vida). Mas o evangelizador vai providenciar o
material necessário para pesquisa, auxiliar o convidado, preparar as crianças
para receber a visita, se envolvendo com a aula e o conteúdo.
Devem ser evitados os exemplos
pessoais, ter muito cuidado com isso. Não falar de si mesmo, de como era quando
criança, para não personalizar o ensinamento.
8- Tenha sensibilidade para
se avaliar, considerando seu papel de mediador entre o conhecimento, o aluno e
sua realidade;
Na
tarefa de evangelizar o trabalhador é influenciado pelo Plano Espiritual, pelos
irmãos esclarecidos e os não tão esclarecidos. Por isso é importante estar em
sintonia com bons amigos espirituais que estão encarregados de auxiliar na
tarefa.
Para
se entrar em sintonia com os espíritos superiores é necessário a prece,
vigilância das atitudes e trabalho no bem.
Deve-se
procurar estabelecer um horário para fazer as aulas; se trabalhar em dupla, não
deixar o companheiro esperando; se não puder ir por algum motivo importante,
avisar com antecedência. Importante trabalhar
em harmonia, ser amigo, dividir as tarefas. Esses alertas são necessários
porque a espiritualidade também se organiza para auxiliar, sendo essencial o
preparo de cada evangelizador.
A
tarefa de evangelizar é muito importante para ser realizada na improvisação, ao
acaso ou nas dependências do momento.
Sugestão de conclusão:
Colocar uma música suave de
fundo e ler o texto abaixo
Peço a vocês que procurem fechar
levemente os olhos, deixem a música penetrar por todo o seu corpo. Podem
respirar profundamente, sentindo a energia positiva que nos envolve a todos
nesse momento. Sintam que seus sentimentos mais profundos de amor, amizade, fé,
caridade, paz estão desabrochando, tal como as flores que nos encantam com seu
perfume e sua beleza. Sintam o seu coração batendo suavemente.
O amor e a responsabilidade são
qualidades essenciais ao evangelizador para que ele adquira as demais. O amor é condição sem a qual não é possível
promover a Evangelização Espírita das novas gerações. O fato de alguém dedicar suas horas de
descanso a um trabalho não remunerado, feito no anonimato e sem outra
gratificação que não seja o prazer de servir, nos comprova que é por amor à
criança e ao jovem que alguém se torna evangelizador.
Nós sabemos que dificilmente alguém
vai ter todas as características necessárias para evangelizar e nem podemos
esperar adquiri-las para nos tornarmos evangelizadores, porque então não haverá
evangelização infanto-juvenil em lugar algum.
É importante que tenhamos a consciência que através do nosso esforço e
boa vontade temos condições de nos melhorarmos gradativamente, cada dia um
pouquinho.
Evangelizar é dar, repartir com o
próximo a alegria, a paz, a vida que encontramos no Cristo. Quem evangeliza
pode, pelo trabalho, encontrar a alegria, a paz e o Mestre Jesus."
Quais são os pré-requisitos para Evangelizar?
Além de estar freqüentando o Estudo Sistematizado da Doutrina
Espírita e ter disponibilidade de horário e responsabilidade para a atividade
proposta, cabe salientar as características do evangelizador, segundo Helena
Bertoldo da Silva, Coordenadora do Setor de Infância do DIJ/FERGS.
Amor - o amor, sendo o sentimento por excelência, é condição primeira para a tarefa de evangelizar;
Conhecimento doutrinário - o evangelizador vai ensinar (facilitar) o conhecimento espírita, portanto, ele tem que conhecer os postulados doutrinários, para tanto, além do esforço individual, na busca desse conhecimento, deve freqüentar o Grupo de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita (ESDE)em uma Casa Espírita ;
Exemplificação - o evangelizador deve vivenciar ou, pelo menos, lutar para vivenciar os ensinos de Cristo, porque o exemplo ainda é o melhor argumento e para que o ato de evangelizar não se vulgarize no "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço", é importante que o evangelizador seja para a criança e o jovem modelo de vivência daquilo que ele ensina;
Consciência da tarefa - é importante que o evangelizador esteja convencido de que a Evangelização é um meio de educação da geração futura, e que o ato de evangelizar exige que ele se qualifique cada vez mais;
Entusiasmo - é fundamental que o evangelizador esteja totalmente envolvido no processo da Evangelização, cativado por esse processo ele terá que "transbordar" entusiasmo, no falar, no agir, no olhar, no vivenciar, etc;
Ser flexível, receptivo - o evangelizador, em nenhum momento, deve ter a pretensão de que tudo sabe, que faz o melhor e que já está "pronto", mas deve estar aberto, receptivo a novos conhecimentos, aceitar a avaliação do seu trabalho, ser flexível às mudanças, quando se fizerem necessárias. É imprescindível que o evangelizador busque continuadamente aprimorar-se;
Conhecer o Currículo - sendo o Currículo para as Escolas Espíritas de Evangelização Infanto-Juvenil, rumo norteador da Evangelização Espírita, o evangelizador deverá conhecê-lo e saber a função do mesmo e da sua inserção no Movimento Espírita;
Saber escolher metodologias adequadas - é importante que o evangelizador conheça as metodologias que possibilitem ao evangelizando a elaboração e a construção do seu conhecimento; noções de didáticas, técnicas de ensino, psicologia, literatura, música, teatro auxiliam no desempenho da tarefa;
Saber avaliar - a avaliação é primordial em todo e qualquer processo e não poderia ser diferente na Evangelização. O evangelizador deve avaliar, sempre, a si mesmo e ao evangelizando, fazendo o feed-back, retomando (se necessário) por novos caminhos, para alcançar os objetivos propostos no seu planejamento;
Auto-aprimoramento - o evangelizador não deve descuidar da sua transformação moral, buscando conhecer-se através de auto-avaliação e, dentro da orientação cristã, detectar suas tendências viciosas e lutar para transformá-las em virtudes.
Amor - o amor, sendo o sentimento por excelência, é condição primeira para a tarefa de evangelizar;
Conhecimento doutrinário - o evangelizador vai ensinar (facilitar) o conhecimento espírita, portanto, ele tem que conhecer os postulados doutrinários, para tanto, além do esforço individual, na busca desse conhecimento, deve freqüentar o Grupo de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita (ESDE)
Exemplificação - o evangelizador deve vivenciar ou, pelo menos, lutar para vivenciar os ensinos de Cristo, porque o exemplo ainda é o melhor argumento e para que o ato de evangelizar não se vulgarize no "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço", é importante que o evangelizador seja para a criança e o jovem modelo de vivência daquilo que ele ensina;
Consciência da tarefa - é importante que o evangelizador esteja convencido de que a Evangelização é um meio de educação da geração futura, e que o ato de evangelizar exige que ele se qualifique cada vez mais;
Entusiasmo - é fundamental que o evangelizador esteja totalmente envolvido no processo da Evangelização, cativado por esse processo ele terá que "transbordar" entusiasmo, no falar, no agir, no olhar, no vivenciar, etc;
Ser flexível, receptivo - o evangelizador, em nenhum momento, deve ter a pretensão de que tudo sabe, que faz o melhor e que já está "pronto", mas deve estar aberto, receptivo a novos conhecimentos, aceitar a avaliação do seu trabalho, ser flexível às mudanças, quando se fizerem necessárias. É imprescindível que o evangelizador busque continuadamente aprimorar-se;
Conhecer o Currículo - sendo o Currículo para as Escolas Espíritas de Evangelização Infanto-Juvenil, rumo norteador da Evangelização Espírita, o evangelizador deverá conhecê-lo e saber a função do mesmo e da sua inserção no Movimento Espírita;
Saber escolher metodologias adequadas - é importante que o evangelizador conheça as metodologias que possibilitem ao evangelizando a elaboração e a construção do seu conhecimento; noções de didáticas, técnicas de ensino, psicologia, literatura, música, teatro auxiliam no desempenho da tarefa;
Saber avaliar - a avaliação é primordial em todo e qualquer processo e não poderia ser diferente na Evangelização. O evangelizador deve avaliar, sempre, a si mesmo e ao evangelizando, fazendo o feed-back, retomando (se necessário) por novos caminhos, para alcançar os objetivos propostos no seu planejamento;
Auto-aprimoramento - o evangelizador não deve descuidar da sua transformação moral, buscando conhecer-se através de auto-avaliação e, dentro da orientação cristã, detectar suas tendências viciosas e lutar para transformá-las em virtudes.
"(...) Esse elemento é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos."
Comentário
de Allan Kardec em O Livro
dos Espíritos, questão 685.
Fonte:
searadomestre.com.br
“Que
a luz racional de Kardec, somada à luz do amor de Jesus,
sejam
as forças fundamentais de nossos trabalhos espírita-cristãos.”
Walter Barcelos, no livro Vivendo,
Amando e Servindo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário