Era uma vez, um trenzinho carregado de brinquedos que viajava na véspera do natal. Na noite escura, ele corria pelos trilhos, seguindo um caminho cheio de curvas e de ladeiras. Levava bonecas, bolas, navios, patinetes, automovezinhos
, bichos de pelúcia e de plástico, jogos, quebra-cabeças, bicicletas, petecas, cavalinhos de madeira e mil outras coisas maravilhosas, para as crianças que moravam do outro lado da montanha.
De repente, no começo da subida, a máquina enguiçou e não pôde continuar o caminho. Felizmente, estavam perto de uma estação de manobra, onde havia várias máquinas em repouso. O maquinista aproximou-se duma locomotiva, forte e bonita, pronta para partir e perguntou-lhe:
– 'Máquina, você quer levar os vagões carregados de brinquedos de natal para as crianças que moram do outro lado da montanha?' A máquina, porém respondeu ofendida, lançando grossas baforadas de fumaças:
– 'Eu só levo passageiros... Eu só levo passageiros... Eu só levo passageiros...'
O maquinista viu logo que apesar de grande e bonita, aquela locomotiva era uma locomotiva vaidosa e sem boa vontade e, de máquinas dessa espécie, nada se podia esperar. Nesse instante chegou outra máquina tão grande e forte como a primeira. O maquinista correu para ela e perguntou-lhe:
– 'Máquina, você quer levar um trem carregadinho de brinquedos para as crianças que moram do outro lado da montanha? Porém, a locomotiva respondeu logo, de muito mal humor:
– 'Já andei oito horas... Já andei oito horas... Já andei oito horas... '
– 'Outra máquina de má vontade!', pensou o maquinista coçando a cabeça, e, com máquinas desse tipo não se consegue nada ...
Foi então que ouviu uma vozinha que lhe pediu suplicando:
– 'Deixa-me ir... Deixa-me ir... Deixa-me ir... '
Era uma pequena locomotiva, dessas usadas para manobras. Ela estava ali perto e havia escutado as respostas das orgulhosas companheiras.
– 'Mas, você é tão pequena!' disse o maquinista olhando-a. 'Será que vai conseguir subir a montanha?
– 'Hei de subir... Hei de subir... Hei de subir...'
– É pequena, mas tem boa vontade.' Pensou o maquinista. 'E com máquinas assim, tudo se pode conseguir'. E engatou-a no vagão.
Mal se viu sobre os trilhos, presa aos vagões, a pequenina locomotiva, com muito esforço, se pôs corajosamente, a subir a encosta da montanha. Puxou, puxou os vagões carregadinhos de brinquedos e começou a subir, mas..., o maquinista bem percebeu que ela ia indo cada vez mais lentamente, porque o caminho ia se tornando mais e mais empinado...
– 'Você é tão pequenina! ' disse carinhosamente. 'Será que pode chegar até o alto da montanha? '
– 'Hei de chegar... Hei de chegar... Hei de chegar... ', respondeu ela resfolegando, penosamente.
E de fato chegou! Muito feliz, começou a descer ligeirinha o outro lado da montanha, enquanto ia cantando, alegremente:
– 'Eu sabia... Eu sabia... Eu sabia que poderia... Eu sabia que poderia...'
Foi assim, graças a uma corajosa locomotiva de manobra, pequenina e fraca mas, de boa vontade, que as crianças do outro lado da montanha receberam a tempo os seus brinquedos de natal.
Faixa Etária: Jardim
Tema: Boa Vontade
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