terça-feira, 20 de outubro de 2009

GRANDES EDUCADORES

Jesus, o Mestre



O único título que Jesus reclamou para si, ainda que fizesse jus às mais excelentes denominações honoríficas que possamos imaginar, foi o de “Mestre”. Esse o título por ele reivindicado, porque, realmente, Jesus é o Mestre excelso, o Educador incomparável. (1)



Jesus não era educador no sentido comum da palavra, mas fez uso de forma incomum de propriedades pedagógicas para ensinar o Evangelho. Clemente de Alexandria chamou-o Pedagogo da Humanidade, e vários historiadores da educação reconhecem a existência de uma Pedagogia de Jesus que deu origem a várias formas da Pedagogia Cristã.



Pestalozzi, nas suas principais obras, refere-se constantemente ao Evangelho de Jesus, onde, se tivermos “olhos de ver”, perceberemos toda a teoria citada em linguagem simples, argamassada com imagens fecundas, em parábolas que falam do trigo, do pastoreio, da pesca, do sal, da luz da candeia, de um reino que existe dentro de cada um. Remontamos, pois, às origens da Educação do Espírito, da educação por excelência: Jesus. (2)



Tornou-se o Pedagogo por excelência, não apenas ensinando a conhecer, a fazer, a conviver, a ser, mas, sobretudo, demonstrando que Ele o realizava. Vivenciou tudo quanto ensinou, comportando-se como modelo imprescindível à lição ministrada. Jamais desmentiu pelos atos o que lecionou por palavras. O Seu é o ministério do exemplo, da ternura, do amor e da compaixão. (3)



A mensagem de Jesus não foi apenas aquela constante de suas palavras, mas também e talvez, principalmente, aquela vivida em todos os seus atos. Não é simplesmente teoria, mas vida. Não se dirige tão somente ao intelecto, mas também e principalmente ao sentimento. Não se deve apenas ser estudada, mas vivida. Jesus foi e é Mestre e desta forma se apresentou à Humanidade “Porque um só é o vosso mestre, que é Cristo.” (Mt 23:10). A missão do mestre é educar. A missão de Jesus é a educação, renovação da Humanidade, preparando o reino de Deus na Terra, que ocorrerá com o desabrochar do “Reino” de cada um. (4)



A Sua é uma mensagem incessantemente fundamentada no conhecimento que liberta e conduz, retirando o ser da ignorância e descortinando-lhe os horizontes infinitos do progresso espiritual que lhe está destinado. Jamais atendeu a quem quer que fosse, que lhe não oferecesse a diretriz para o conhecimento de si mesmo, para que depois pudesse entender o seu próximo, passando a amar a Deus. Por outro lado, nunca tomou o fardo das aflições dos outros, ensinando cada qual a carregar a sua cruz, conforme Ele o faria mais tarde até colocá-la no Gólgota. Apontava diretrizes e induzia a criatura a segui-las fazendo a sua parte, porquanto, cada qual é responsável por tudo aquilo que se lhe torna necessário. (3)



O aluno se liga ao professor para aprender, o discípulo se liga ao Mestre. Jesus é Mestre por excelência. É nosso Mestre particularmente. Em seu Evangelho estão os ensinamentos mais profundos. De que a humanidade necessita para a sua elevação espiritual. “Brilhe vossa luz diante dos homens...” (Mt. 5:16) recomendava o Mestre – e a luz de cada um brilhava na intensidade que era própria. O evangelizador e o educador de hoje e do futuro têm um vínculo com Jesus e deverá acender sua própria luz e fazê-la brilhar diante dos homens através de suas obras, de sua exemplificação. A luz que brilha de nossos corações é energia emuladora que alcança o coração de quantos conosco medeiam e estimula a luz que existe neles próprios. Compreendemos, aqui, por luz, o sentimento superior e nobre, excelentemente o sentimento de amor. O amor, pois, a que se refere Jesus é o amor com que ele nos amou. Amor que se doa, amor que faz as criaturas crescerem, não é orgulhoso nem se ensoberbece. Energia poderosa que, qual adubo que faz a semente germinar, estimula os poderes superiores do Espírito. (4)



Assim, a Doutrina Espírita resgata o Evangelho de Jesus ao processo educativo. Sendo educação o processo pelo qual as potências do Espírito se desenvolvem gradual e progressivamente, através do esforço interativo com o meio físico e espiritual, não pode haver educação neste amplo sentido fora do Evangelho de Jesus, que deve fazer parte integrante da Educação do Espírito, pois representa as próprias leis Divinas. É chegada a hora de uma mudança nas estruturas intelectuais, morais e sociais de nosso Planeta. Os valores serão revistos e o Evangelho de Jesus retomará a sua função educadora por excelência, assumindo a direção Pedagógica de nosso Planeta, longe dos grilhões dogmáticos e escravizantes, mas com a plena certeza da fé alicerçada na própria razão, que não apenas crê, mas sabe, analisa, raciocina e compreende pela razão, o que é melhor, o que é certo, o que é bom. (2)



“Eu sou a luz do mundo, sou a verdade, sou o pão que desceu do céu” - proclamou o Senhor. Esparzir luzes, revelar a verdade, distribuir o pão do Espírito – tal a obra da educação, tal a missão do Redentor da Humanidade. Que dúvida poderá restar a nós outros, neo-cristãos, sobre o rumo que deve tomar a nossa atividade, uma vez que o advento do Espiritismo é o Consolador prometido? Que outra forma poderemos dar ao nosso trabalho, que seja tão eficaz, tão profícua e benéfica à renovação social, como aquela que se prende à educação, no seu sentido lato e amplo? Trabalhemos, pois, com ardor e entusiasmo pela causa da educação da Humanidade, começando pela infância e pela juventude desta terra de Santa Cruz. (1)





Para pensar na evangelização



Se já sentiste a mensagem de Jesus, ouvindo-a, lendo-a, auscultando-a no coração, não te detenhas. Aproveita este momento importante e deixa-te penetrar por ela, a fim de que a tua seja uma aprendizagem valiosa, que te facultará a alegria de viver, liberando-te das causas das aflições e emulando-te ao crescimento interior incessante. Melhor pedagogia do que a dele não existe, pois que vem atravessando os dois milênios já transatos com superior qualidade de orientação. Este é o teu momento de realmente aprenderes a viver. (3)





(1) Em torno do Mestre. Vinicius. Parte 1, cap. Jesus, O Mestre.

(2) Educação do Espírito. Walter Oliveira Alves. Cap. VI, item 7.

(3) Diretrizes para o Êxito. Divaldo Pereira Franco pelo espírito de Joanna de Ângelis cap. I.

(4) Educação do Espírito. Walter Oliveira Alves. Cap. IV, item 14


Redação jornal@feparana.com.br

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