Desenho nº 01
Estamos no mundo Espiritual, numa “Mansão” dirigida por Espíritos Superiores, quando chega apressada mulher (espírito), exclamando ansiosa: — Assistente Silas! Assistente Silas! — Luísa, a que vens? — Socorro!... Socorro!... Minha filha, minha pobre Marina esmorece... Tenho lutado com todas as minhas forças para furtá-la ao suicídio, mas agora me sinto enfraquecida e incapaz... Os soluços sufocaram-lhe a garganta... — Assistente Silas, perdoa-me tanta expressão de infortúnio, mas eu sou mãe... Minha desventurada filha pretende matar-se esta noite comprometendo-se ainda mais, com as trevas da sua consciência!...
Desenho nº 02
Desenho nº 03
Marina, dominada de novos pensamentos, recolocou o perigoso copo no lugar primitivo e, sob vigorosa influência de Silas, levantou-se automaticamente e estirou-se no leito, em prece... “Deus meu, pai de infinita bondade, compadece-te de mim e perdoa-me o fracasso! Não suporto mais... Sem minha presença, meu marido viverá mais tranqüilo no leprosário e minha desventurada filhinha encontrará corações caridosos que lhe dispensem amor... Não tenho mais recursos... Estou doente... Nossas contas esmagam-me... Como vencer a enfermidade que me devora, obrigada a costurar sem repouso, entre o marido e a filhinha que me reclama assistência e ternura?... Ao ensejo da prece, Silas administrava-lhe passes magnéticos de prostração e, induzindo-a a ligeiro movimento do braço, fez que ela mesma num impulso irrefletido, batesse com força no copo fatídico, que rolou no piso do quarto, derramando-se o líquido letal. Em lágrimas copiosas, a pobre criatura insistia, desolada: — Ó Senhor, compadece-te de mim!... com evidentes sinais de temor e remorso, atitude mental essa que lhe acentuava a passividade e da qual se valeu o Assistente para conduzi-la ao sono provocado. Silas emitiu forte jato de energia fluídica sobre o córtex encefálico dela, e a moça, sem conseguir explicar a si mesma a razão do torpor que lhe invadia o campo nervoso, deixou-se adormecer pesadamente, qual se houvesse sorvido violento narcótico.
Desenho nº04
Marina ergueu-se em espírito sobre o próprio corpo adormecido. Com lágrimas nos olhos, refugiou-se no regaço de sua genitora, gritando de alegria: — Mãe! Minha mãe!... pois és tu? — Sim, filha querida, sou eu, tua mãe!... Rendamos graças a Deus por este minuto de entendimento. E, beijando-a com agoniada ternura, continuou: — Por que o desânimo, quando a luta apenas começa? Ignoras que a dor é a nossa custódia celestial? Que seria de nós, Marina, se o sofrimento não nos ajudasse a sentir e a raciocinar para o bem? Regozija-te no combate que nos acrisola e salva para a obra de Deus... Marina, agora ajoelhada e lacrimosa, osculava-lhe as mãos, chamando em súplica: — Mãe querida, perdoa-me! Perdoa-me!... — Filha querida, não procures a porta falsa da deserção... Vive para tua filha, como permite o Senhor possa eu continuar vivendo por ti!... A moça renovada acordou, em pranto copioso, bradando: — Minha filha!... Minha filha!... O Assistente, respeitoso, despediu-se de Luísa e afirmou: — Louvado seja Deus! Nossa Marina ressurge, transformada.
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