domingo, 6 de setembro de 2009

JOANA ANGELICA DE JESUS




Vinte de fevereiro de 1822, cidade de Salvador. Tiros e gritos eram ouvidos no interior do Convento da
Lapa, onde as religiosas, assustadas, reuniam-se em tomo da abadessa, buscando na serenidade daquela
mulher as forças necessárias para vencer o medo.
Joana Angélica de Jesus era o nome da abadessa que tinha se tomado responsável pelas vidas que serviam
com amor a Jesus naquele convento. Buscava a todo instante sustentar as suas energias na oração, pedindo
que as irmãs fizessem o mesmo.
De repente, fortes pancadas soaram no portão do convento.
- Abram! Abram! - gritava a soldadesca embriagada e mal-intencionada.
Em resposta, apenas o silêncio ...
Os soldados começaram, então, a derrubar o portão do pátio do convento.
Fig. 1- Sóror Joana Angélica de Jesus, vendo que as suas religiosas estavam em perigo, ordenou que fugissem
por outra saída. Ela, porém, ficaria.
Fig. 2- Embora preocupadas com a Superiora, as freiras obedeceram suas ordens.
Fig. 3- Para surpresa dos invasores a porta se abre e os soldados têm diante de si Sóror Joana Angélica de
Jesus! Hábito branco até os pés, manto azul sobre os ombros, véu negro ocultando a cabeça.
Os soldados pararam e se sentiram pequenos diante daquela mulher de rosto sereno que, quebrando o
silêncio que se seguiu, disse com voz firme, sem medo:
- Para trás, bárbaros! Respeitem a casa do Senhor! Esta passagem, está guardada por meu peito e
não passarão, senão por sobre o cadáver de uma mulher!
Por um breve momento, os soldados não sabiam que fazer diante da grandeza moral da abadessa. Finalmente
o grupo se precipitou para a entrada e uma baioneta atravessou o peito de Joana Angélica, que tombou
morta.
Quando os soldados entraram no convento, o encontraram vazio!
As freiras conseguiram fugir graças à lealdade de Joana Angélica de Jesus, que tão bem foi fiel ao seu dever
de zelar pelas freiras que estavam sob sua proteção.
Seu gesto de lealdade nunca mais foi esquecido pelos brasileiros.


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