terça-feira, 18 de agosto de 2009

LINDOS CASOS DE CHICO XAVIER

O ANJO BOM



Dois anos de surras incessantes.Dois anos vivera o Chico junto da madrinha.Numa tarde muito fria, quando entrou em colóquio com Dona Maria João de Deus, Chico implorou:— Mamãe, se a senhora vem nos ver, porque não nos retira daqui?O Espírito carinhoso afagou-o e perguntou:Por que está você tão aflito? Tudo, no mundo, obedece à vontade de Deus...— Mas a senhora sabe que nos faz muita falta...A Mãezinha consolou-o e explicou:— Não perca a paciência. Pedi a Deus para enviar um anjo bom que tome conta de vocês todos.E sempre que revia a progenitora, o menino indagava:— Mamãe quando é que o anjo chegará?— Espere, meu filho! — era a resposta de sempre.Decorridos dois meses, o Sr. João Cândido Xavier resolveu casar-se em segundas núpcias.E Dona Cidália Batista, a segunda esposa, reclamou os filhos de Dona Maria João de Deus, que se achavam espalhados em casas diversas.Foi assim que a nobre senhora mandou buscar também o Chico.Quando a criança voltou ao antigo lar contemplou a madrasta que lhe estendia as mãos.Dona Cidália abraçou-o e beijou-o com ternura e perguntou:— Meus Deus, onde estava este menino com a barriga deste jeito?Chico, encorajado com o carinho dela, abraçou-a também, como o pássaro que sentia saudades do ninho perdido. A madrasta bondosa fitou-o bem nos olhos e indagou:— Você sabe quem sou, meu filho?— Sei sim. A senhora é o anjo bom de que minha mãe falou...E, desde então, entre os dois, brilhou o amor puro com que o Chico seguiu a segunda mãe até a morte.
(Trecho extraído do livro “Lindos Casos de Chico Xavier” - 19a Edição – Editora Lake - p. 39)

A História da Chave



Com a saída do chefe da casa dos filhos mais velhos para o trabalho e com a ausência das crianças na escola, Dona Cidália era obrigada, por vezes, a deixar em casa, a sós, porque devia buscar lenha, à distância.
Aí começou a dificuldade.
Certa vizinha, vendo a casa fechada, ia ao quintal e colhia as verduras.
A madrasta bondosa preocupou-se.
Sem verduras não haveria dinheiro para o serviço escolar.
Dona Cidália observou... observou...
E ficou sabendo quem lhes subtraia os recursos da horta; entretanto, repugnava-lhe a idéia de ofender uma pessoa amiga por causa de repolhos e alfaces.
Chamou, então, o Chico e lembrou.
- Meu filho, você diz que, às vezes, encontra o Espírito de Dona Maria. Peça-lhe um conselho. Nossa horta está desaparecendo e, sem ela, como sustentar o serviço da escola?Chico procurou o quintal à tardinha e rezou e, como de outras vezes, a mãezinha apareceu.
O menino contou-lhe o que se passava e pediu-lhe socorro.
D. Maria então lhe disse:
- Você diz a Cidália que realmente não devemos brigar com os vizinhos que são sempre pessoas de quem necessitamos. Será então aconselhável que ela de a chave da casa à amiga que vem lhe talando a horta, sempre que precise ausentar-se, porque, desse modo, a vizinha ao invés de prejudicar os legumes, nos ajudará a tomar conta deles.
Dona Cidália achou o conselho excelente e cumpriu a determinação.
Foi assim que a vizinha não mais tocou nas hortaliças, porque passou a responsabilizar-se pela casa inteira.

Ramiro Gama – Livro “Lindos Casos de Chico Xavier”

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